"Henri
Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina
e psicologia. Fez também filosofia. Atuou como médico na Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos.
Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Em 1947,
propôs mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto
Reforma do Ensino, conhecido como Langevin-Wallon – conjunto de propostas
equivalente à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito
que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar. Em 1948, lançou a
revista Enfance, que serviria de plataforma de novas idéias no mundo da
educação – e que rapidamente se transformou numa espécie de bíblia para
pesquisadores e professores."
Defendeu a idéia da compreensão da criança completa, concreta,
contextualizada, vista de forma integral, isto é, não mais
encarada como um adulto em miniatura, mas sim, como um ser numa etapa de especificidades.
Segundo ele são quatro os campos funcionais que visualizam a criança de
modo “integrado”:
1. As emoções: manifestação
afetiva, relação = interação criança e meio onde está inserida.
2. O movimento: primeiro
sinal de vida psíquica. Vislumbrada em duas dimensões:
a) expressiva: base das emoções, de expressão.
b) instrumental: ação direta sobre o meio físico,
concreto. Voluntário.
3. A inteligência: 1º momento =
sincretismo = misturar as coisas, confusão = não separa qualidade do objeto.
Exemplo: criança de dois anos que tem um colega cujo nome da mãe é o mesmo da
sua, não aceita a idéia (o nome Maria é da sua mãe, não da mãe do outro).
Com as experimentações da criança sobre o mundo,
progressivas diferenciações ocorrem, o que proporciona o ampliar de seu
repertório de categorizações. Isto não quer dizer que nunca mais, após a
infância, estejamos sujeitos ao “sincretismo”. As grandes invenções, as
diferentes idéias surgem de momentos de sincretismo, de mistura, de confusão,
de possibilidades, de criatividade.
2º momento = pensamento categorial = conceitual (acontece na
idade escolar) possibilidade de pensar o real por meio de categorias,
diferenciações, classificações.
4. A contrução do “eu”
como pessoa: Como constrói a consciência de si. Inicialmente o indivíduo
está na fusão emocional – No útero materno, necessidades alimentares ou
posturais têm satisfação automática. Pós nascimento mamãe e bebê ainda são
encarados como um todo, o que representa para WALLON alto grau de sociabilidade
– ela e outro = um só, para depois o indivíduo perceber-se enquanto único, o
que nomeia processo de individuação.
É caracterizado de duas formas:
- imitação do outro =
maneira de “incorporar o outro”, o outro como modelo, referência.
- negação do outro =
para perceber o limite “eu-outro” manifesto meu ponto de vista através de
condutas de oposição, o que representa a expulsão do outro em si mesmo.
Picos desta constituição
acontecem com 3 e 13 anos, aproximadamente, apesar da considerar que esta
diferenciação “eu-outro” nunca é completa, total, ocorre durante toda a vida.
Pode-se assumir, segundo WALLON
que a relação destes quatro campos funcionais não é sempre de harmonia, mas
sim, de conflito.
Referências Bibliográficas
BOCK, Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria Lourdes T. Psicologias: uma
introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. (PLT- 248
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